Muitas empresas operam no Lucro Real sem entender que estão pagando mais impostos do que deveriam. Especialmente aquelas que já investem em tecnologia, inovação ou desenvolvimento de produtos.
Isso acontece porque o Lucro Real, embora mais complexo, também é o único regime tributário que permite aplicar a Lei do Bem — um incentivo que pode reduzir até 34% da carga tributária sobre projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D).
Mas antes de entender como aproveitar esse benefício, é importante esclarecer:
Afinal, como funciona o Lucro Real?
Lucro Real: como funciona na prática
O Lucro Real é um regime de apuração de tributos em que o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) são calculados com base no lucro contábil da empresa, ajustado por adições e exclusões previstas na legislação fiscal.
Na prática:
- A tributação é feita sobre o lucro efetivo (não sobre uma presunção).
- O IRPJ é de 15% sobre o lucro, mais 10% sobre o que ultrapassar R$ 20 mil/mês.
- A CSLL tem alíquota de 9%.
- É possível deduzir despesas operacionais estratégicas — como investimentos em P&D.
Esse regime é obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões/ano, ou que atuem em setores regulados. Mas também pode ser adotado de forma opcional por empresas que veem nele um caminho para usar deduções e incentivos fiscais.
Como funciona o Lucro Real comparado a outros regimes
Para entender como funciona o Lucro Real e por que ele é o único regime que permite aplicar a Lei do Bem, vale olhar para o cenário mais amplo da tributação empresarial no Brasil.
A escolha do regime influencia diretamente quanto imposto a empresa paga e se ela pode acessar ou não certos incentivos fiscais.
A seguir, veja como o Lucro Real se posiciona em relação aos outros dois principais regimes tributários:
- Simples Nacional
Tributação unificada, voltada para empresas com receita bruta de até R$ 4,8 milhões. É simples, mas não permite deduções específicas.
⮕ Não acessa a Lei do Bem.
- Lucro Presumido
Usa margens fixas da Receita para presumir o lucro — simples na apuração, mas inflexível.
⮕ Também não acessa a Lei do Bem.
- Lucro Real
Baseado no lucro real apurado. Mais trabalhoso, mas abre espaço para deduções que reduzem a carga tributária de forma legal.
⮕ Único regime que permite usar a Lei do Bem para recuperar parte do investimento em inovação.
Lei do Bem no Lucro Real
Para entender como funciona o lucro real, é preciso ir além da apuração contábil: esse é o único regime tributário que permite aplicar a Lei do Bem, reduzindo IRPJ e CSLL com base nos investimentos em inovação.
Segundo o Estudo Panorama LDB 2024, as empresas brasileiras investiram R$ 35,7 bilhões em P&D em 2022. Parte significativa desse valor foi recuperada via Lei do Bem — mas menos de 5% das empresas elegíveis de fato aplicaram o incentivo.
Com a Lei do Bem, empresas podem deduzir da base de cálculo do IRPJ e CSLL os custos com:
- Salários de profissionais envolvidos em P&D
- Serviços de terceiros contratados para atividades de inovação
- Materiais utilizados nos experimentos, testes e desenvolvimentos
Essa dedução pode resultar em até 34% de economia sobre o valor investido.
Exemplo prático: como a economia aparece no caixa
Entender como funciona o Lucro Real na prática envolve mais do que conhecer alíquotas: trata-se de saber como estruturar os incentivos possíveis nesse regime.
Pense em uma empresa no Lucro Real que investe R$ 1.000.000 em inovação tecnológica.
Se esses projetos forem bem mapeados e submetidos à Lei do Bem, é possível gerar uma economia fiscal de até R$ 340.000 no IRPJ e na CSLL.
Esse valor não é um crédito futuro. É impacto direto no caixa — que pode ser reinvestido, distribuído ou reservado.
Agora pare e considere:
Nos últimos 12 meses, quanto sua empresa investiu em projetos que poderiam se enquadrar como inovação?
O que significa estar no Lucro Real e não usar a Lei do Bem?
Em nossa experiência, quando uma empresa é elegível e ainda assim não aplica o incentivo, geralmente encontramos um destes três cenários:
- Ausência de processo formal para mapear e qualificar projetos de inovação
- Desconexão entre times técnico e contábil
- Cultura fiscal reativa, que só responde a obrigações e não atua proativamente para reduzir a carga tributária
Ou seja: a empresa opera dentro do Lucro Real, mas não entende como ele funciona em termos de estratégia fiscal.
O ponto é: não usar a Lei do Bem não significa que sua empresa não tem inovação — muitas vezes, significa que ela não a reconhece como tal.
E se sua empresa ainda estiver no Simples Nacional?
Embora o Simples seja compatível com a realidade de muitas empresas em crescimento, ele não permite aplicar a Lei do Bem.
Mesmo assim, é relevante compreender como funciona o Lucro Real nesse contexto, especialmente para quem já investe em P&D.
Se houver planos de migração, antecipar o mapeamento técnico pode reduzir riscos e acelerar o uso dos incentivos assim que o novo regime for adotado.
Empresas que se preparam, estruturam. E empresas que estruturam, capturam valor.
Vale avaliar isso agora?
Se sua empresa já está no Lucro Real e investe em inovação, a resposta tende a ser sim.
A Lei do Bem pode ser um mecanismo de recuperação fiscal anual — mas só se os projetos forem mapeados, qualificados e submetidos no prazo.
A Gröwnt pode apoiar esse processo — desde o mapeamento técnico até a submissão ao MCTI, com mais de R$ 7 bilhões em dispêndios mapeados e 98% de aprovação junto ao Governo.
Se quiser entender se sua empresa já tem perfil para aplicar a Lei do Bem, podemos conversar.
Sem compromisso, no seu tempo.