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Crise dos Chips: Governo e Indústria Automotiva Buscam Soluções para Evitar Paralisações no Brasil 

A nova escassez global de semicondutores reacendeu o alerta no setor automotivo brasileiro. O governo federal convocou montadoras e fabricantes de autopeças para uma reunião nesta terça-feira (28), na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), para discutir medidas emergenciais. 

O encontro foi articulado após o setor alertar para o risco de paralisações na produção de veículos devido à falta de chips — componentes essenciais na fabricação de automóveis modernos. 

O impacto da escassez de semicondutores na indústria brasileira

Os chips são fundamentais para o funcionamento de sistemas eletrônicos embarcados, como injeção eletrônica, sensores, freios ABS, airbags e controle de motor. Em média, um veículo utiliza de 1.000 a 3.000 chips — o que torna a indústria automotiva uma das mais vulneráveis à crise de fornecimento. 

A situação atual remete à vivida durante a pandemia, quando gargalos na cadeia global de suprimentos interromperam a produção de veículos em todo o mundo. Agora, a origem do problema está nas tensões geopolíticas entre China e Países Baixos, que impactaram diretamente a empresa Nexperia, uma das maiores fabricantes de semicondutores do planeta. 

Em outubro, o governo holandês assumiu o controle da Nexperia, subsidiária de um grupo chinês. Como resposta, a China impôs restrições à exportação de chips produzidos por empresas ligadas ao grupo, afetando o fluxo de componentes para diversos países — incluindo o Brasil. 

Diplomacia e política industrial como caminhos possíveis

O setor produtivo defende que o governo brasileiro acione canais diplomáticos com a China para garantir o abastecimento. Essa abordagem, no entanto, evidencia uma necessidade estrutural: o Brasil precisa fortalecer sua capacidade interna de produção de semicondutores e reduzir a dependência de fornecedores internacionais. 

Nos últimos anos, o país perdeu competitividade nesse segmento, com o encerramento de operações de empresas como a Ceitec, no Rio Grande do Sul — a única fabricante nacional de chips com atuação significativa até 2021. O cenário atual reforça a urgência de retomar investimentos em tecnologia, inovação e políticas industriais que assegurem soberania tecnológica. 

O papel da inovação e da política de fomento

A crise dos semicondutores vai além do setor automotivo — ela revela o quanto a dependência tecnológica pode comprometer o crescimento industrial e a competitividade nacional. 

Empresas que investem em P&D e inovação sistêmica, com apoio de instrumentos como a Lei do Bem e os fundos de financiamento público (como Finep e BNDES), conseguem diversificar suas cadeias de fornecimento e adotar soluções tecnológicas mais resilientes. 

Nesse contexto, o fomento à indústria de alta tecnologia, aliado a uma política industrial moderna.

Conclusão: A crise como oportunidade de transformação

A “crise dos chips” expõe fragilidades históricas da indústria brasileira, mas também abre espaço para uma agenda de reindustrialização baseada em inovação, tecnologia e parcerias estratégicas. 

O encontro entre governo, montadoras e autopeças é um passo importante, mas a solução definitiva passa por planejamento de longo prazo, fortalecimento do ecossistema de P&D e investimento em autonomia tecnológica. 

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