Contato
imagem_materia

Reforma Tributária: CCJ aprova segunda etapa da regulamentação. Saiba o que muda agora

A reforma tributária segue avançando no Congresso. N quarta-feira, 17 de setembro de 2025, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o PLP 108/2024, que trata da segunda etapa da regulamentação da Emenda Constitucional 132/2023. A decisão define um novo passo para transformar o sistema de impostos brasileiro, reduzindo a complexidade e estabelecendo regras mais claras para empresas, governos e cidadãos. 

O texto aprovado agora segue para votação no Plenário do Senado, em regime de urgência, antes de retornar à Câmara dos Deputados em caso de mudanças. 

Panorama da Reforma Tributária 

A reforma, tem como base a EC 132/2023, que unificou diversos tributos e criou novas figuras de arrecadação: 

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): substitui ICMS (estadual) e ISS (municipal). 
  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): substitui PIS, Cofins e IPI (federal).
  • Imposto Seletivo: incidirá sobre produtos com impacto à saúde e ao meio ambiente. 

Na primeira etapa de regulamentação, foram definidas regras sobre a cesta básica, o mecanismo de cashback para famílias de baixa renda e critérios iniciais de incidência e isenção.

O que prevê a segunda etapa aprovada pela CCJ 

A segunda etapa traz definições estratégicas para viabilizar a transição ao novo sistema. Entre os principais pontos estão: 

  • Criação do Comitê Gestor do IBS (CG-IBS), responsável por gerir arrecadação, fiscalização e distribuição de receitas. 
  • Divisão de receitas do IBS entre estados e municípios, incluindo critérios de rendimentos financeiros, juros e multas. 
  • Tratamento dos créditos acumulados de ICMS, permitindo compensação, transferência, restituição parcelada ou antecipada conforme a arrecadação do IBS. 
  • Imposto seletivo sobre bebidas açucaradas, com alíquota máxima de 2% e aplicação gradual entre 2029 e 2033. 
  • Isenções ampliadas para taxistas, mototaxistas e entregadores de aplicativo, equiparados a nanoempreendedores. 
  • Benefícios mantidos para setores específicos, como hotéis, parques de diversão e restaurantes, além de veículos adaptados para pessoas com deficiência. 
  • Regras sobre ITCMD (heranças) e ITBI (imóveis), detalhando base de cálculo, incidência e isenções. 
  • Fiscalização e penalidades, com transição pedagógica e prazos para correções antes da aplicação de multas. 

 

Importante: o texto aprovado pela Comissão de Contribuição e Justiça também reflete a negociação intensa no Congresso. Das 517 emendas apresentadas, cerca de 150 foram acatadas total ou parcialmente pelo relator, o senador Eduardo Braga. Esse número mostra a complexidade do processo e a tentativa de equilibrar os interesses de diferentes setores da sociedade e das unidades federativas. 

Principais pontos aprovados na segunda etapa  

  • Novo sistema de arrecadação e gestão dos tributos: criação do IBS e CBS em substituição a ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI; implementação do split payment; responsabilidade tributária das plataformas digitais; e instituição do Comitê Gestor do IBS para coordenar a arrecadação e distribuição das receitas. 
  • Tributação, incentivos e compensações: regulamentação do imposto seletivo com foco em saúde e meio ambiente; mecanismos de cashback e incentivos fiscais; regras claras para créditos de ICMS e compensações; além da desoneração de fundos e novas regras para devoluções. 
  • Patrimônio e impostos específicos: ajustes nas regras do ITCMD (heranças) e ITBI (transmissão de imóveis); criação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIP) para financiamento setorial; e detalhamento das condições de financiamento e controle externo. 
  • Fiscalização e governança: unificação do processo administrativo tributário; regras de fiscalização e aplicação de multas; além de mecanismos de controle externo para assegurar transparência e segurança jurídica. 

O que acontece agora  

  • O texto será votado em Plenário do Senado sob regime de urgência, são necessários 41 votos para aprovação. 
  • Caso receba alterações, retornará à Câmara dos Deputados para nova análise. 
  • A transição dos tributos está prevista para começar em 2026, com implementação plena até 2033. 

Possíveis impactos

  • Empresas: necessidade de adaptação de sistemas de contabilidade e faturamento. 
  • Governos estaduais e municipais: mudanças na arrecadação e compensações previstas por lei. 
  • Consumidores: impacto nos preços, especialmente em produtos sujeitos ao imposto seletivo.  
  • Setores específicos: turismo, alimentação, transporte e economia digital terão regimes diferenciados

A aprovação da segunda etapa da regulamentação da reforma tributária na CCJ é um marco decisivo. O texto reduz incertezas, detalha a transição do ICMS para o IBS e traz clareza sobre isenções e regimes especiais. Ainda assim, o caminho até a implementação completa é longo — e os próximos meses serão fundamentais para ajustes no Senado e na Câmara. 

O sucesso da reforma dependerá da capacidade de conciliar simplificação, justiça fiscal e segurança jurídica, equilibrando interesses de empresas, cidadãos e entes federativos. 

É nesse contexto que a Gröwnt se posiciona como parceira estratégica. Combinando consultoria especializada e tecnologia proprietária, ajudamos organizações a navegar pelas mudanças tributárias e fiscais, desde a gestão de créditos de ICMS até o aproveitamento de incentivos e a adoção de soluções inovadoras como o Robô Fiscal. 

Mais do que acompanhar a regulamentação, acreditamos em transformar a inovação fiscal em uma alavanca de crescimento — garantindo que empresas estejam não apenas em conformidade, mas preparadas para capturar as oportunidades que esse novo cenário traz. 


Foto: Site Senado Federal

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *