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A Amazon e o Google anunciaram um serviço conjunto de nuvem que permite conectar AWS e Google Cloud por meio de links privados e de baixa latência, facilitando o uso de estratégias multicloud. A novidade surge em um momento de expansão da computação em nuvem, que já movimenta centenas de bilhões de dólares por ano e é usada pela maioria das grandes empresas. Com essa interconexão, organizações ganham mais resiliência, flexibilidade para workloads de IA e dados, além de menor complexidade de infraestrutura, reforçando a nuvem como um elemento central da operação digital.
Amazon e Google lançam serviço de nuvem em conjunto

Amazon e Google lançam serviço de nuvem em conjunto: o que muda para as empresas? 

Tradicionalmente concorrentes diretos em computação em nuvem, Amazon Web Services (AWS) e Google Cloud anunciaram um serviço conjunto de rede multicloud, que permite conectar as duas plataformas de forma mais rápida e simplificada, com links privados de alta velocidade e baixa latência. 

Segundo a Reuters, o novo serviço integra tecnologias como o Interconnect-multicloud da AWS e o Cross-Cloud Interconnect do Google Cloud, permitindo que empresas criem conexões dedicadas entre as duas nuvens em poucos minutos, em vez de semanas. 

Além disso, publicações como The Verge destacam que a proposta é facilitar o uso de AWS e Google Cloud em paralelo, oferecendo uma espécie de “link direto” entre as plataformas para garantir continuidade de operação em caso de falhas em um dos provedores. 

Em resumo, o movimento sinaliza uma mudança importante: a nuvem deixa de ser um ambiente isolado por fornecedor e passa a funcionar como um ecossistema interconectado. 

O papel da nuvem hoje: números que explicam a importância

Para entender o impacto desse lançamento, vale olhar para o tamanho e o peso da computação em nuvem na economia digital: 

  • A Gartner projeta que o gasto mundial com serviços de nuvem pública deve chegar a US$ 723,4 bilhões em 2025, um crescimento de mais de 20% em relação a 2024. 
  • Mais de 90% das organizações já utilizam algum tipo de computação em nuvem, seja pública, privada ou híbrida, segundo levantamento consolidado de mercado. 
  • No segmento de infraestrutura como serviço (IaaS), a Amazon lidera com cerca de 37,7% de participação, enquanto Microsoft e Google seguem logo atrás, reforçando a concentração do mercado em poucos grandes players. 

Esse cenário mostra por que a nuvem se tornou um pilar estratégico: é nela que rodam aplicações críticas, bancos de dados, sistemas de analytics, inteligência artificial e grande parte das soluções digitais voltadas ao cliente final. 

Por que um serviço multicloud Amazon + Google é relevante?

O novo serviço conjunto de nuvem da Amazon e Google atende a uma tendência clara: a adoção de estratégias multicloud. Cada vez mais, empresas distribuem seus sistemas entre diferentes provedores para equilibrar custo, performance, inovação e risco. 

Alguns benefícios diretos dessa interconexão: 

  1. Resiliência e continuidade de negócios

As recentes quedas em grandes provedores mostraram que uma interrupção pode atingir desde e-commerce até serviços financeiros e plataformas de mídia. A nova solução Amazon–Google foi anunciada justamente após um grande incidente de indisponibilidade da AWS, com perdas estimadas em centenas de milhões de dólares para empresas afetadas. 

Com uma rede privada ligando AWS e Google Cloud, as empresas conseguem: 

  • manter serviços críticos ativos em outra nuvem em caso de falha; 
  • estruturar cenários de disaster recovery com menor latência; 
  • reduzir o tempo de recuperação em incidentes de grande escala. 
  1. Flexibilidade para workloads de IA e dados

A corrida por inteligência artificial e análise de dados exige acesso a diferentes tipos de serviços gerenciados, GPUs e ferramentas de machine learning. 

Nesse contexto, ter um ambiente em que dados trafegam com mais facilidade entre AWS e Google Cloud permite que a empresa: 

  • use o melhor serviço de IA, banco de dados ou analytics de cada provedor; 
  • teste novas soluções sem migrar todo o ambiente; 
  • combine o ecossistema de dados do Google com a escala de infraestrutura da AWS. 
  1. Menos complexidade na infraestrutura

Antes, conectar duas nuvens de forma privada envolvia projetos longos, múltiplos parceiros, configuração de equipamentos físicos e grande esforço de rede. 

Agora, o serviço conjunto promete: 

  • provisionamento de conexões via console ou API; 
  • menos dependência de hardware próprio; 
  • padronização de segurança e monitoramento entre ambientes. 

Isso tende a diminuir a barreira de entrada para empresas que querem ir além de um único provedor de nuvem. 

O que muda para empresas brasileiras e latino-americanas?

Para empresas de médio e grande porte, que já utilizam AWS ou Google Cloud (ou ambos), essa novidade abre algumas oportunidades práticas: 

Estratégias de multicloud mais acessíveis 

Em vez de manter ambientes completamente separados, será possível planejar arquiteturas desde o início pensando em duas nuvens interconectadas, distribuindo: 

  • aplicações de front-end em uma nuvem; 
  • bancos de dados, analytics ou IA em outra; 
  • ou ainda separar por áreas de negócio, região ou requisitos regulatórios. 

Melhoria em performance e experiência do usuário 

Aplicações que dependem de dados em tempo real podem se beneficiar de links privados de baixa latência entre provedores, evitando o gargalo da internet pública. Isso contribui para: 

  • respostas mais rápidas em produtos digitais; 
  • melhor experiência em apps de alta demanda; 
  • maior estabilidade em períodos de pico. 

Segurança e governança mais estruturadas 

Com a interconexão formal entre AWS e Google Cloud, as empresas tendem a ter mais visibilidade de tráfego e políticas unificadas, em comparação com soluções improvisadas de integração. 

Ao mesmo tempo, a expansão da nuvem aumenta a exposição a riscos. Relatórios recentes indicam que uma parcela relevante de armazenamento em nuvem público contém dados sensíveis expostos por falhas de configuração.Isso reforça a importância de: 

  • políticas claras de acesso e identidade; 
  • criptografia de dados em trânsito e em repouso; 
  • monitoramento contínuo em todos os ambientes (não apenas em um provedor). 

Nuvem como infraestrutura crítica de negócios

Projeções indicam que, até 2028, a nuvem será tratada não apenas como tecnologia, mas como infraestrutura básica para competitividade, segundo a Gartner. O movimento de Amazon e Google ao lançar um serviço conjunto vai justamente nessa direção: 

  • reduzir o risco de dependência de um único fornecedor; 
  • dar mais opções para empresas que já vivem em um cenário multicloud; 
  • apoiar o crescimento de aplicações de IA, dados e serviços digitais em escala global. 

Para quem está no topo ou meio de funil, acompanhando o tema computação em nuvem, a mensagem principal é clara: 
o futuro da nuvem é colaborativo, interconectado e orientado a múltiplos provedores. Entender como essa integração entre Amazon e Google funciona é um passo importante para planejar a evolução da infraestrutura de TI nos próximos anos. 

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