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Uma pesquisa recente com 355 empresas de médio e grande porte revela que 72% ainda não estão preparadas para a Reforma Tributária, mesmo às vésperas da entrada em vigor das primeiras obrigações práticas. Com novos campos nas notas fiscais, exigência de maior automação e mudanças profundas na forma de apuração de tributos sobre consumo, o risco vai muito além de conformidade: envolve bloqueio de faturamento, impacto no fluxo de caixa e continuidade das operações
preparação para a reforma tributária

Preparação para a reforma tributária: 72% das empresas ainda não estão preparadas. O que fazer agora? 

A menos de três meses da primeira fase prática da Reforma Tributária entrar em operação, a maioria das empresas de médio e grande porte ainda não fez o dever de casa. 

Segundo levantamento da V360 com 355 companhias, 72% das empresas brasileiras não estão preparadas para a transição que começa em 1º de janeiro de 2026. 

Mais do que um dado isolado, esse número expõe um risco real: empresas que não se organizarem a tempo podem enfrentar bloqueios de faturamento, dificuldade para pagar fornecedores e, em cenários extremos, paralisação operacional. 

Neste artigo, analisamos os principais pontos da pesquisa e o que as organizações precisam fazer agora para virar o jogo. 

O que a pesquisa revela sobre o nível de preparação das empresas

Baixa maturidade em planejamento para a reforma

O estudo da V360 mostra um cenário de atraso generalizado: 

  • 33,2% das empresas ainda não discutiram internamente os impactos da reforma. 
  • 38,6% estão apenas em levantamento preliminar. 
  • Apenas 28,1% afirmam ter um plano estruturado de adaptação. 

Ou seja: em boa parte das organizações, a Reforma Tributária ainda é tratada como tema abstrato, e não como um projeto estratégico com responsáveis, cronograma e orçamento dedicados. 

O que muda na prática com CBS e IBS

A reforma, aprovada em 2023 e regulamentada ao longo de 2025, unifica os tributos sobre consumo – PIS, Cofins, ICMS e ISS – em dois novos: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) 

O cronograma prevê: 

  • A partir de 1º de janeiro de 2026: 
  • Início da fase de teste, com alíquotas de 0,9% para a CBS e 0,1% para o IBS. 
  • 2027: 
  • Extinção de PIS/Cofins e elevação da CBS para alíquota de referência a ser definida pelo Ministério da Fazenda. 

 

  • Transição completa até 2033, com consolidação do novo modelo. 

Esse cronograma significa que 2026 não é um “ano de observação”: é o início real da convivência com um novo sistema, em ambiente já fiscalizado. 

Por que tantas empresas ainda não se mexeram?

A reforma não entrou no orçamento de 2025

Um ponto relevante do estudo é que muitas empresas não incluíram a adequação à reforma tributária no orçamento de 2025, o que deve concentrar investimentos em consultorias e tecnologia no fim do ano. 

Esse atraso cria um efeito cascata: 

  • Disputa por horas de especialistas (consultorias, escritórios, times internos); 
  • Pressão sobre times de TI e fiscal, com múltiplos projetos concorrendo ao mesmo tempo; 
  • Risco de implementar mudanças de alta complexidade em janelas de tempo muito curtas. 

Foco na emissão, pouca atenção ao “backoffice fiscal”

Outra armadilha identificada é o foco quase exclusivo na emissão de notas, enquanto o processo de ingresso fiscal – receber, conferir, validar e pagar fornecedores – ainda é pouco discutido. 

Na prática, isso significa que: 

  • A empresa até consegue emitir notas corretas; 
  • Mas não garante a mesma qualidade nos documentos recebidos, o que trava o ciclo de compra, pagamento e contabilização. 

Em um ambiente com CBS e IBS, essa assimetria pode distorcer créditos, gerar divergências com o fisco e criar dificuldades em auditorias. 

Como acelerar a preparação para a Reforma Tributária 

A boa notícia é que ainda há tempo para sair da estatística dos 72% – desde que a empresa trate a reforma como projeto estratégico, e não como mera atualização de sistema. 

Passos práticos para tirar a Reforma Tributária do papel

  1. Comece por um diagnóstico fiscal e de processos

Antes de investir em novas ferramentas, é essencial mapear: 

  • Como a empresa emite notas (sistemas, regras fiscais, exceções); 
  • Como recebe, confere e aprova notas de fornecedores; 
  • Onde estão os pontos manuais (planilhas, e-mails, lançamentos repetidos); 
  • Quais áreas são críticas: Fiscal, Controladoria, Compras, TI, Pricing, Comercial, Jurídico. 

Esse diagnóstico é a base para priorizar o que precisa ser corrigido imediatamente. 

  1. Organize dados mestres: cadastros,NCMse regras de negócio 

A reforma exige coerência entre: 

  • Cadastro de produtos e serviços; 
  • NCMs e CFOPs; 
  • Regras de tributação e políticas de preço. 

Sem essa organização: 

  • Simulações CBS/IBS ficam distorcidas; 
  • A empresa pode precificar baseado em premissas erradas; 
  • O risco de inconsistências com o fisco aumenta exponencialmente. 
  1. Eleve o nível de automação fiscal

Com centenas de novos campos e exigência de maior granularidade, a automação deixa de ser diferencial e passa a ser requisito mínimo. 

Pontos críticos: 

  • Integração entre ERP, soluções fiscais, bancos e plataformas de cobrança; 
  • Validação automática de documentos fiscais e conciliações eletrônicas; 
  • Automação do ingresso fiscal, com trilhas de auditoria claras e governança definida. 
  1. Traga a Reforma Tributária para a agenda de governança

A Reforma não é tema apenas técnico: 

  • Impacta caixa, margem e precificação – portanto, está na agenda do CFO; 
  • Mexe com operações, cadeia de suprimentos e contratos – está na agenda do COO; 
  • Exige novos sistemas e integrações – está na agenda de TI e Inovação; 
  • Redesenha a competitividade setorial – deve estar no radar do board. 

Transformar a reforma em um programa formal, com indicadores, prazos e responsáveis, é o que diferencia empresas que se antecipam das que apenas reagem. 

Reforma não é só sobre imposto, é sobre continuidade de negócio

A pesquisa da V360 reforça um ponto-chave: se 72% das empresas ainda não estão preparadas, a pergunta não é se a Reforma Tributária vai gerar turbulência, mas quanto sua organização estará exposta quando a transição começar. 

Mais do que adequar campos em sistemas, a reforma exige: 

  • Organização de dados e cadastros; 
  • Automação inteligente dos processos fiscais; 
  • Alinhamento entre áreas em torno dos mesmos números; 
  • Visão de longo prazo sobre preços, margem e estratégia. 

Na Grownt, enxergamos a Reforma Tributária como um grande exercício de organização interna. Quem usar esse momento para arrumar a casa, digitalizar processos e tomar decisões orientadas por dados tende a atravessar a transição com mais segurança – e sair na frente em um cenário competitivo que vai mudar para todos. 

ReformaCalc: um atalho estratégico para organizar números e decisões

Para apoiar empresas nessa transição, a Grownt desenvolveu a ReformaCalc, a Calculadora da Reforma Tributária. 

Com ela, sua empresa pode: 

  • Simular o impacto da CBS e do IBS sobre produtos, serviços, margens e preços; 
  • Conectar cadastros, NCMs e regras fiscais em uma visão única, facilitando a revisão de portfólio e políticas comerciais; 
  • Apoiar times de Fiscal, Financeiro, Pricing e Comercial a trabalharem com os mesmos números, reduzindo desalinhamentos; 
  • Transformar a discussão sobre reforma de algo abstrato em cenários concretos, com dados para decidir. 

Em vez de tratar a Reforma Tributária como uma ameaça, a ReformaCalc ajuda a transformá-la em um projeto de eficiência, organização e vantagem competitiva. 

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