O impasse em torno do futuro do TikTok nos Estados Unidos está prestes a ganhar um novo capítulo. De acordo com autoridades da Casa Branca, o acordo com a China para a transferência dos ativos do TikTok nos EUA deve ser finalizado ainda nesta semana. A decisão envolve a migração da propriedade atualmente sob controle da chinesa ByteDance para investidores norte-americanos.
Uma história antiga
A disputa pelo TikTok tornou-se um dos pontos mais sensíveis da relação entre Washington e Pequim. O aplicativo, que soma cerca de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, havia sido retirado do ar em janeiro, após a aprovação de uma lei que exigia a venda da operação por motivos de “segurança nacional”.
Desde então, o governo norte-americano prorrogou sucessivamente os prazos para que um desfecho fosse alcançado. A pressão agora se intensifica, e o acordo deve incluir uma cláusula estratégica: a armazenagem dos dados de usuários em infraestrutura de computação em nuvem operada pela Oracle, garantindo que a gestão permaneça sob jurisdição norte-americana.
Novos investidores e governança
Segundo informações do Wall Street Journal e da Reuters, o arranjo prevê que os ativos do TikTok nos EUA sejam majoritariamente controlados por investidores americanos, com participação de nomes de peso como Larry Ellison (Oracle), Michael Dell e o empresário Lachlan Murdoch.
A estrutura societária desenhada prevê que o controle seja exercido por um conselho com credenciais em segurança nacional e cibersegurança, reforçando o discurso de proteção de dados e mitigação de riscos. O algoritmo do TikTok deverá ser operado nos EUA, fora da alçada da ByteDance, que verá sua participação cair para menos de 20%.
Geopolítica em disputa
A movimentação em torno do TikTok não é apenas jurídica ou política, mas também econômica e tecnológica. O aplicativo foi o segundo mais baixado nos EUA em 2024, com 52 milhões de instalações. Plataformas digitais deste porte tornaram-se ativos estratégicos, disputados por gigantes de tecnologia, fundos de investimento e até novos players.
Nesse cenário, compreender os desdobramentos vai além da análise política: é refletir sobre como a governança de dados, a regulação digital e os fluxos de inovação estão sendo redesenhados em escala global. Para empresas e líderes que acompanham o tema, é um caso emblemático sobre a interseção entre tecnologia, geopolítica e competitividade.
A previsão é de que o anúncio oficial ocorra ainda nesta semana, segundo a Casa Branca.
Com mais de 170 milhões de usuários nos EUA, o app é um dos mais baixados do mundo e influencia diretamente cultura, negócios e política digital.
Por questões de segurança nacional, alegando risco no armazenamento de dados dos usuários norte-americanos pela ByteDance, empresa chinesa.
Investidores americanos, incluindo grupos liderados por Oracle, Silver Lake, Michael Dell e Larry Ellison.
A expectativa é que o app continue ativo, mas com dados armazenados em servidores locais, sob governança americana.
