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Câmara aprova isenção do IR para renda até R$ 5 mil. Veja quem será beneficiado, impacto econômico e novas alíquotas para alta renda.

Câmara aprova isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 

Ontem, 1º de outubro, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade (493 votos a favor e nenhum contra) o Projeto de Lei 1.087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para contribuintes com rendimento mensal de até R$ 5.000. 

A proposta segue agora para análise no Senado Federal, onde pode receber ajustes, especialmente nas regras de compensação para as faixas mais altas de renda. Se aprovada sem alterações, a medida entra em vigor no ano-calendário de 2025, com impacto direto nas declarações de 2026. 

O que muda e quem será impactado 

A nova regra trará mudanças significativas: 

  • Renda até R$ 5.000/mês: isenção total do IR (alíquota efetiva de 0%). 
  • Entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350/mês: desconto parcial e decrescente, válido apenas sobre a parcela excedente — quanto mais próximo de R$ 7.350, menor o benefício. 
  • Acima de R$ 7.350/mês: não há desconto; mantém-se a tabela progressiva atual. 

Com essa mudança, mais de 26,6 milhões de brasileiros deixarão de pagar IR — o que representa cerca de 65% dos declarantes. Para um trabalhador que ganha exatamente R$ 5.000, a economia anual será de aproximadamente R$ 4.356,89, segundo estimativas da Receita Federal. 

Tributação adicional para alta renda 

Para viabilizar a renúncia fiscal, o projeto prevê uma nova tributação para contribuintes de alta renda: 

  • Renda anual até R$ 600 mil: sem alteração nas alíquotas atuais. 
  • Entre R$ 600 mil e R$ 1,2 milhão/ano: cobrança de alíquota extra progressiva. 
  • Acima de R$ 1,2 milhão/ano: alíquota adicional de até 10% — não aplicável para quem já paga a alíquota máxima de 27,5%. 

Cerca de 141,4 mil contribuintes de alta renda devem ser impactados com essa tributação adicional, ajudando a compensar a renúncia estimada em R$ 25,8 bilhões para os cofres públicos. 

 

Impacto econômico e social 

A mudança não beneficia apenas os contribuintes: um estudo da Câmara dos Deputados indica que a nova isenção poderá estimular o consumo em cerca de R$ 10,3 bilhões, especialmente nos setores de varejo e serviços. 

Além disso, o mesmo levantamento aponta que a medida deve gerar redução de 1,1% na desigualdade entre os contribuintes, tornando a cobrança do IR mais progressiva. 

“A ampliação da faixa de isenção é vista como um alívio para a classe média e um incentivo à economia local, com efeito multiplicador em pequenas empresas e no comércio regional”, diz o relatório. 

Contexto e desafios 

Para reverter esse cenário desafiador, as empresas precisam adotar uma abordagem estratégica e bem planejada: 

  • Aproveitar incentivos fiscais: Explorar programas governamentais como Lei do Bem, Lei de Informática, BNDES e editais de fomento à inovação pode reduzir significativamente os custos de implementação tecnológica. 
  • Implementação gradual: Começar com projetos-piloto de menor escala permite validar tecnologias, treinar equipes e demonstrar valor antes de investimentos maiores. 
  • Parcerias estratégicas: Buscar consultorias especializadas, startups de tecnologia e instituições de pesquisa pode acelerar o processo de transformação digital e garantir melhores práticas. 
  • Mudança cultural: Transformar a organização em uma estrutura mais ágil, com maior autonomia das equipes e cultura de experimentação, cria o ambiente necessário para a inovação florescer. 
  • Capacitação contínua: Investir no desenvolvimento das competências digitais da equipe é tão importante quanto investir em tecnologia, garantindo que as ferramentas sejam utilizadas em seu pleno potencial.

O futuro pertence às organizações ágeis 

A aprovação é considerada uma vitória política expressiva do governo no Congresso e uma das faixas de isenção mais amplas do mundo em termos relativos — colocando o Brasil à frente de países como EUA e Japão nesse quesito. 

Por outro lado, analistas econômicos alertam que a medida pode se tornar uma “bomba-relógio” fiscal até 2027, caso a arrecadação caia ou o crescimento econômico desacelere. Também há preocupação de que o custo da renúncia seja compensado com elevação de impostos em outros setores, o que poderia impactar bens e serviços. 

O texto ainda poderá passar por ajustes no Senado antes da sanção presidencial. 

Próximos passos 

  • Acompanhar a tramitação no Senado para possíveis alterações. 
  • Empresas e contadores devem orientar seus colaboradores e clientes sobre as novas faixas. 
  • Contribuintes devem verificar sua faixa de renda e o possível benefício ou impacto adicional. 
 
 

A ampliação da faixa de isenção do IR é uma mudança de grande alcance, com potencial de alívio financeiro para a classe média, estímulo à economia local e impacto redistributivo positivo. Entretanto, o sucesso da medida dependerá da compensação fiscal sustentável e do crescimento econômico para evitar desequilíbrios futuros. 

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