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A ENCTI 2024–2034, apresentada ao presidente Lula em reunião do CCT, define as diretrizes da política de ciência, tecnologia e inovação no Brasil para a próxima década, com foco em transformar conhecimento em soluções para a sociedade. Construída a partir da 5ª Conferência Nacional de CT&I, a estratégia prioriza áreas como IA, semicondutores, saúde, bioeconomia, agrociências, tecnologias quânticas e transição energética, além de entrar em consulta pública no Brasil Participativo, ampliando a participação social na definição dos rumos da inovação no país.
Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação

ENCTI 2024–2034: como a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação orienta a próxima década no Brasil 

Durante reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), realizada em 4 de dezembro, foi apresentada ao presidente Lula a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2024–2034, documento que passa a orientar as políticas públicas de CT&I no Brasil ao longo dos próximos dez anos. A estratégia estabelece diretrizes para alinhar ciência, inovação e desenvolvimento econômico, considerando desafios estruturais do país e demandas globais relacionadas à sustentabilidade, competitividade e autonomia tecnológica. 

Objetivos centrais da ENCTI

A ENCTI tem como missão transformar conhecimento científico em soluções tecnológicas aplicáveis à sociedade, promovendo inclusão social, desenvolvimento regional e fortalecimento da soberania nacional. Na prática, isso significa estimular a conexão entre universidades, centros de pesquisa, setor produtivo e governo, criando condições para que a inovação tenha impacto direto em políticas públicas, cadeias produtivas e serviços essenciais. 

O documento também reforça a importância de ampliar investimentos em ciência e tecnologia, melhorar a coordenação do Sistema Nacional de CT&I e reduzir a dependência externa em áreas estratégicas, especialmente aquelas com alto valor agregado e impacto transversal na economia. 

Áreas estratégicas priorizadas

A estratégia organiza suas ações em áreas consideradas estruturantes para o futuro do país. Entre os principais destaques estão: 

  • Agrociências, com foco em produtividade, segurança alimentar, adaptação às mudanças climáticas e uso intensivo de tecnologia no campo 
  • Bioeconomia, valorizando a biodiversidade brasileira, cadeias sustentáveis e inovação baseada em recursos naturais 
  • Saúde, com fortalecimento da pesquisa, da produção nacional de insumos e do uso de tecnologias digitais no sistema de saúde 
  • Inteligência artificial, aplicada à indústria, aos serviços públicos, à educação e à gestão de dados 
  • Semicondutores, reconhecidos como base para a digitalização, a indústria avançada e a segurança tecnológica 
  • Tecnologias quânticas, com potencial para comunicações, novos materiais e processamento de dados 
  • Transição energética, envolvendo inovação em energias renováveis, eficiência energética e descarbonização da indústria 

Essas áreas refletem tanto vocações nacionais quanto tendências globais, posicionando a CT&I como eixo estruturante do desenvolvimento econômico e social.

Processo participativo e governança

A ENCTI foi construída a partir das deliberações da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que reuniu representantes da academia, empresas, governo e sociedade civil. Esse processo contribuiu para mapear gargalos históricos, como financiamento irregular, dificuldades de transferência tecnológica e desafios na formação de talentos. 

Como próximo passo, a estratégia entra em consulta pública na Plataforma Brasil Participativo, permitindo que cidadãos, pesquisadores, empreendedores e gestores públicos contribuam com sugestões e ajustes. Essa etapa amplia a legitimidade do documento e ajuda a alinhar prioridades nacionais com demandas regionais e setoriais. 

Impactos esperados para empresas e sociedade

Para o setor produtivo, a ENCTI sinaliza prioridades de investimento público, oportunidades de parcerias com instituições de pesquisa e maior previsibilidade para projetos de inovação de médio e longo prazo. Para a sociedade, a estratégia busca ampliar o impacto social da ciência, melhorar serviços públicos e estimular soluções tecnológicas voltadas a problemas concretos, como saúde, energia, produção de alimentos e desenvolvimento sustentável. 

Ao consolidar diretrizes até 2034, a ENCTI cria um referencial para políticas, programas e instrumentos de fomento, influenciando decisões que vão além do campo científico e alcançam a indústria, o mercado de trabalho e a competitividade do país. 

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