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Com taxas reais negativas e linhas Finep a partir de 3% a.a. com carência de até 4 anos, este é o melhor momento para PMEs e grandes empresas financiarem P&D. O pacote federal de R$ 60 bilhões até 2026, aliado às prioridades do CNDI (saúde, energia, digitalização, descarbonização e mais), amplia o acesso a crédito para equipes, serviços de terceiros, máquinas, software, protótipos e PI. Na prática, quem se move agora transforma custo financeiro em vantagem competitiva.
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Juros reais negativos: a janela de ouro para inovar 

Segundo Ivana Béber, Head de Inovação e Fomentos da Gröwnt, o país atravessa um dos melhores ciclos para financiar P&D e transformação tecnológica, com taxas reais negativas para empresas. Até agosto de 2023, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) já havia destinado mais de R$ 3 bilhões a projetos — e a expectativa para aquele ano era triplicar esse volume, pois o segundo semestre concentra o maior número de contratos. O anúncio federal de R$ 60 bilhões até 2026 reforçou a tendência de que 2023 superaria o recorde histórico de R$ 8 bilhões em 2014, maior pico desde a criação da Finep, em 1967. 

PMEs em alta: crédito dobrado

Entre janeiro e agosto de 2023, o Inovacred/Finep praticamente dobrou os recursos destinados às PMEs: saiu de R$ 324,8 milhões (2022) para R$ 648,5 milhões no período. Nas grandes empresas, foram R$ 3,57 bilhões (2022) e R$ 3,22 bilhões até agosto de 2023. Esse fôlego financeiro viabiliza capacitação, digitalização, boas práticas de gestão e eleva produtividade e competitividade, observa Ivana. 

Por que “juros reais negativos” importam

Vinculada ao MCTI, a Finep opera linhas reembolsáveis e não reembolsáveis para inovação. Em set/2023, enquanto a Selic estava em 12,25% a.a. e o custo médio de crédito empresarial girava em 22,9% a.a., a Finep oferecia taxas a partir de 3% a.a. com carência de até 4 anos — níveis abaixo do IPCA de 12 meses (4,87%) à época. Na prática, quem acessa essas linhas conquista vantagem competitiva relevante frente aos concorrentes, destaca Ivana. 

Prioridades estratégicas do fomento

Os recursos têm sido direcionados a áreas críticas para o desenvolvimento nacional, alinhadas às diretrizes do CNDI e da nova política industrial, como: 

  • Segurança alimentar e nutricional e saúde 
  • Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade 
  • Transformação digital da indústria 
  • Bioeconomia e descarbonização 
  • Segurança energética 
  • Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa 

O que pode entrar no plano financiado

As linhas cobrem até 36 meses do plano empresarial de inovação, incluindo: 

  • Equipe própria e despesas operacionais diretamente ligadas ao projeto 
  • Serviços de terceiros (consultorias, engenharia, testes) 
  • Máquinas, equipamentos e materiais de consumo 
  • Softwares, protótipos e produções-piloto 
  • Propriedade intelectual (patentes, aquisição de código-fonte aderente à estratégia) 

BNDES e Finep: mais acesso e menos atrito

Historicamente percebidos como burocráticos, os bancos públicos de fomento têm buscado simplificar exigências e encurtar prazos. Para acelerar a jornada das empresas, Fabrizio Gammino, diretor da Gröwnt, destaca o desenvolvimento de um sistema com IA que agiliza o tratamento de dados financeiros e a elaboração de projetos de financiamento em tempo recorde, com integração prevista às rotinas da Finep. 

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